PluxeeCast 16: o poder das amizades no trabalho
8 Dezembro 2025
No episódio 16 do PluxeeCast, conversamos sobre a importância da formação de vínculos entre profissionais
Antes de falar sobre produtividade e tecnologia, é preciso falar de gente. No episódio 16 do PluxeeCast, os cofundadores da Gravidade Zero, Renan Hannouche e Dante Freitas, explicam como a falta de vínculos reais nas empresas tem intensificado a epidemia da solidão e reduzido o potencial de inovação.
E tem mais. Já ouviu falar, por exemplo, sobre Intimidade Artificial, uma outra IA? Não? Então bora conhecer com a gente. Entre dados, reflexões e provocações, os convidados mostram que amizade no trabalho não é detalhe: é estratégia.
Se você quer entender por que ambientes verdadeiramente humanos entregam resultados mais consistentes, este episódio é um ótimo ponto de partida. Vamos juntos?
A “outra IA”: intimidade artificial
Cheio de insights, o bate-papo foi apresentado por Amanda Serra, do time de Comunicação, com participação de Ellen Carnasciali, de MKT Insights. E, entre diversos temas relevantes para o universo do trabalho, um assunto se destacou: a nova IA.
Dante e Renan falaram sobre o conceito de Intimidade Artificial. Com o acesso às nossas informações pessoais, como e-mails, mensagens no WhatsApp e outras interações online, a Inteligência Artificial cria o que Renan chama de “gêmeos digitais”.
São representações estendidas de nós mesmos, cada vez mais sociáveis e presentes, mas apenas no que diz respeito ao trabalho.
Trata-se da falsa sensação de conexão que muitas empresas tentam promover, sem permitir, de fato, que o afeto e os vínculos sejam estabelecidos fora das questões estritamente profissionais.
E aqui nasce uma reflexão sobre como as organizações estimulam a produtividade, mas não dão tempo (nem permissão) para que as pessoas criem laços genuínos. Sem convivência, sem confiança e sem trocas reais, o ambiente vira apenas um espaço de tarefas e obrigações.
O que os dados mostram sobre amizade no trabalho
Na conversa, Ellen compartilha alguns pontos sobre o estudo Amizade no Trabalho, realizado pela área de MKT Insights com 2 mil trabalhadores brasileiros. Os resultados foram claros: 78% das pessoas consultadas consideram a amizade no trabalho algo importante. E alguns benefícios justificam esse volume:
- Redução do estresse;
- Aumento do bem-estar emocional;
- Mais criatividade;
- Mais colaboração nos desafios, etc.
Apesar disso, 35% ainda se sentem sozinhos. Mas e, então, como as empresas podem estimular as relações interpessoais nas empresas, bem como a produtividade e vínculos?
Isso é mais simples do que imaginamos. São pequenas ações e momentos do dia a dia, como café, almoço, encontros e espaços para a vulnerabilidade, escuta, acolhimento, etc.
Ou seja, a humanização começa no básico, mas poucas companhias têm priorizado isso e acabam não permitindo que seus colaboradores acessem todos os benefícios das amizades no trabalho.
Cultura organizacional: vínculos são estratégia
O episódio reforça algo que cada vez mais líderes estão percebendo: cultura é estratégia. Empresas que se preocupam apenas com dados e performance, ignorando as relações humanas, como a amizade no ambiente de trabalho, perdem oportunidades.
Como explica Dante, ao afastar o afeto para evitar “problemas de gestão”, as companhias afastam o próprio humano, e tornam tudo mais frágil. “O afeto é um ato de fé”, afirma. E a fé, por definição, lida com o desconhecido, justamente o que as organizações modernas tentam controlar. Mas não existe inovação sem desconhecido. E não existe coragem sem vínculo.
Amizades profissionais: o equilíbrio entre dados e coração
Ellen levanta mais uma reflexão importante: dados são importantes, mas não podem substituir o olhar sensível. Dados sem alma viram automatização. O futuro, portanto, está no encontro entre os dois, data-driven com heart-driven.
Empresas que conseguem ouvir o que as pessoas dizem, mas também o que elas sentem, estão muito mais preparadas para construir culturas vivas, e não apenas eficientes. “É preciso transformar dados em ação, inspirar e expirar”, diz a profissional.
De modo geral, portanto, a amizade no trabalho não é um luxo, nem uma pauta secundária. É um pilar de saúde organizacional, inovação e produtividade sustentável. No mundo acelerado, sobrecarregado e muitas vezes solitário, as relações verdadeiras se tornam o maior diferencial competitivo.
Afinal, se a tecnologia avança rápido, aquilo que é mais humano se torna cada vez mais raro e, portanto, mais valioso. E empresas que entenderem isso vão liderar o futuro.
A solidão no ambiente de trabalho e seus impactos
A “epidemia da solidão" foi um termo muito usado em 2025, e não por acaso. Ela se tornou um dos maiores desafios da atualidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas no mundo vive solitária. E esse impacto é ainda mais evidente no ambiente corporativo: 40% dos colaboradores afirmam se sentir sozinhos no trabalho.
O isolamento já é reconhecido como um problema de saúde pública e um obstáculo para o desempenho, a criatividade e a inovação. Mas, para Renan Hannouche, a solidão não é necessariamente negativa. Ela se torna nociva quando nasce de um esvaziamento de significado, típico de ambientes excessivamente controlados e fragmentados (onde a vida pessoal e a profissional são totalmente separadas) e que não são abertos ao cultivo de relações interpessoais nas empresas.
Segundo ele, companhias que não permitem que vínculos reais e amizade no ambiente de trabalho se desenvolvam, limitam também todo o potencial de inovação. “Intimidade é diretamente proporcional ao grau de inovação de uma companhia”, reforça.
E aí, o que achou dos insights apontados no artigo? Quer conferir mais detalhes e reflexões sobre o tema? Então não deixe de ouvir o episódio completo do nosso podcast sobre a amizade no ambiente de trabalho.
Nos vemos no próximo PluxeeCast!