Como funciona um processo trabalhista para empresas
7 Outubro 2025
Entenda mais sobre as principais etapas de um processo trabalhista e saiba como sua empresa deve se preparar em cada fase.
O processo trabalhista é um procedimento jurídico que ocorre quando há um conflito entre empregado e empregador relacionado à relação de trabalho, e a solução é levada à Justiça do Trabalho.
Para empresas, compreender as principais fases do processo trabalhista é fundamental, tanto para garantir uma atuação correta em cada fase quanto para organizar a gestão de pessoas e reduzir riscos futuros.
Neste post, o blog da Pluxee detalha como funciona um processo trabalhista iniciado pelo trabalhador, desde a sua abertura até a conclusão, explicando cada uma das etapas e os cuidados que as empresas precisam adotar ao longo do caminho.
Continue lendo e confira nossa linha do tempo de um processo do trabalho!]
1. A abertura da ação trabalhista
O processo trabalhista tem início com a petição inicial, apresentada pelo trabalhador ou por seu representante legal. Nela, são descritos os fatos que motivaram a ação, acompanhados de documentos e provas que sustentam a versão do reclamante (o trabalhador, nesse caso).
Para a empresa, o primeiro ponto de atenção é a notificação. Após a distribuição da ação, a Justiça do Trabalho envia uma comunicação à parte reclamada (a empresa), informando a existência do processo e a data da audiência. Esse é o momento em que o setor jurídico ou os responsáveis internos devem ser acionados para analisar o caso e preparar a defesa.
É fundamental que a empresa mantenha os dados de endereço sempre atualizados, já que a falta de recebimento da intimação do processo trabalhista pode gerar complicações — como revelia, que ocorre quando um representante não comparece à audiência e perde a oportunidade de apresentar defesa.
2. Audiência inicial e tentativa de conciliação
O processo trabalhista é marcado pela busca constante de conciliação entre as partes. Por isso, a primeira audiência é geralmente destinada à tentativa de acordo.
Nesse momento, empregado e empregador são convidados a chegar a um consenso que encerre o processo. Caso isso ocorra, o acordo é homologado pelo juiz e o processo é encerrado.
Para as empresas, essa fase exige preparo: é importante acompanhar o processo trabalhista com muita atenção, ter clareza sobre os limites de negociação, avaliar riscos financeiros e verificar se um acordo pode ser uma alternativa viável diante dos custos e da duração do processo.
Se não houver acordo, o processo segue para a fase de instrução.
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3. Defesa da empresa (contestação)
Na audiência inicial ou dentro do prazo estipulado, a empresa deve apresentar sua contestação, que é a defesa formal contra as alegações do trabalhador.
A contestação deve incluir:
- Exposição dos fatos sob a ótica da empresa;
- Documentos que comprovem o cumprimento das obrigações trabalhistas, como contratos, holerites, registros de ponto e comprovantes de pagamento;
- Eventuais testemunhas que corroborem a versão da empresa.
Nesse momento, a organização deve contar com o suporte de profissionais de advocacia trabalhista, além de manter em ordem sua documentação de RH. A ausência de provas documentais ou inconsistências compromete a defesa.
4. Fase de instrução
A fase de instrução processual é dedicada à produção e à análise de provas. É aqui que as alegações são confrontadas e o juiz reúne os elementos necessários para formar sua convicção.
Essa etapa pode incluir:
- Depoimentos do reclamante e de representantes da empresa;
- Oitiva de testemunhas indicadas por ambas as partes;
- Análise de documentos, laudos ou perícias (quando há, por exemplo, discussão sobre insalubridade ou periculosidade).
Para a empresa, o cuidado nessa fase envolve alinhar os representantes que prestarão depoimento, garantir a presença de testemunhas e disponibilizar todos os documentos solicitados pelo juiz.
5. Sentença
Após a fase de instrução, o juiz analisa todas as provas apresentadas e emite uma sentença, que é a decisão sobre o caso.
A sentença pode:
- Julgar os pedidos do trabalhador procedentes (total ou parcialmente).
ou
- Julgar os pedidos improcedentes, favorecendo a empresa.
Além disso, a decisão estabelece os valores devidos, caso haja condenação, e as condições de cumprimento.
Nesse ponto, cabe à empresa avaliar, junto de seu setor jurídico, se a sentença será cumprida integralmente ou se é mais adequado recorrer.
6. Recursos
Em um processo trabalhista, os recursos são uma parte comum e acontecem quando uma das partes não concorda com a sentença.
Os principais recursos no âmbito trabalhista são:
- Embargos de declaração: quando há dúvidas, omissões ou contradições na sentença;
- Recurso ordinário: utilizado para contestar decisões de primeira instância nos Tribunais Regionais do Trabalho;
- Recurso de revista: aplicado em casos de divergência jurisprudencial ou violação de lei, julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Para a empresa, recorrer pode ser uma estratégia de defesa quando há fundamentos jurídicos consistentes para contestar a decisão. No entanto, é importante avaliar os custos, o tempo de tramitação e as chances de êxito.
7. Fase de execução
Se não houver recursos ou após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos), inicia-se a fase de execução.
Nessa etapa, a decisão judicial deve ser cumprida, e significa que a empresa pode ser obrigada a:
- Pagar valores devidos ao trabalhador;
- Cumprir obrigações de fazer ou não fazer, como anotar carteira de trabalho ou entregar documentos.
Se o pagamento não for realizado voluntariamente, podem ser adotadas medidas como bloqueio de valores via sistema BacenJud, penhora de bens ou outras formas de garantir o cumprimento da decisão.
A execução pode ser uma fase delicada, já que envolve a efetiva satisfação dos créditos reconhecidos em juízo. Por isso, o acompanhamento da equipe jurídica é indispensável.
8. Encerramento do processo
O processo é considerado encerrado quando a decisão é cumprida e todas as obrigações são satisfeitas. A partir daí, não restam pendências jurídicas relacionadas à ação.
Para a empresa, o fim do processo também deve ser um momento de aprendizado: registrar os principais pontos discutidos, revisar procedimentos internos e reforçar práticas de compliance trabalhista reduzem a probabilidade de novos litígios.
Boas práticas para empresas durante o processo
Embora cada processo trabalhista tenha suas especificidades, algumas boas práticas podem ajudar as empresas a conduzi-lo de maneira mais organizada:
- Centralizar a documentação trabalhista em sistemas confiáveis, garantindo fácil acesso em caso de litígio;
- Manter comunicação clara com a assessoria jurídica, evitando perda de prazos ou informações importantes;
- Preparar gestores e representantes que possam ser chamados para depor;
- Tratar cada processo como uma oportunidade de revisão de práticas internas e de conformidade com a legislação.
Dúvidas frequentes relacionadas a processos trabalhistas
Como saber se tenho um processo trabalhista?
A empresa é formalmente comunicada pela Justiça do Trabalho quando um processo é registrado em seu nome. Essa notificação é enviada ao endereço informado nos cadastros oficiais e contém os detalhes sobre a ação e a data da audiência. Por isso, manter os dados sempre atualizados é essencial para garantir o recebimento da comunicação e possibilitar a preparação adequada da defesa.
Quanto tempo demora um processo trabalhista?
Não existe um prazo fixo para a conclusão de um processo trabalhista. A duração depende de fatores como a complexidade do caso, a necessidade de perícias, a quantidade de provas a serem analisadas e a possibilidade de recursos. Em média, uma ação em primeira instância pode levar de alguns meses a mais de um ano, mas processos mais complexos podem se estender por períodos maiores.
O empregador pode processar o empregado?
Sim. Embora seja menos frequente, a legislação permite que o empregador ingresse com ação na Justiça do Trabalho contra o empregado, quando há fundamentos para isso. Nesses casos, aplicam-se as mesmas regras processuais, com etapas de audiência, produção de provas e decisão judicial, de forma semelhante às ações propostas por trabalhadores contra empresas.
Gestão trabalhista segura começa com conhecimento
O processo trabalhista segue etapas bem definidas, desde a abertura da ação até o encerramento, passando por audiências, apresentação de defesa, produção de provas, sentença, recursos e execução.
Para as empresas, conhecer cada uma dessas fases é essencial não apenas para lidar corretamente com um processo em andamento, mas também para estruturar práticas de gestão de pessoas e de documentação que reduzam riscos futuros.
Uma postura organizada, com atenção à legislação e apoio jurídico especializado, contribui para que a empresa conduza esses processos de forma segura e eficiente, mantendo a conformidade legal e protegendo sua operação.
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