
O que é People Analytics? A Big Data no RH
15 Maio 2025
O People Analytics está aí, e o RH do futuro deve aproveitá-lo para tomar decisões inteligentes. Veja como isso acontece!
Sabe aquele potinho de ouro no final do arco-íris? Na era digital, ele já ganhou nome e sobrenome: Big Data. Essa área do conhecimento é capaz de captar e tratar muitos e muitos dados – e olha que o volume é grande. A cada seis minutos, por exemplo, são gerados 9,1 mil terabytes de novas informações.
Então, sai na frente quem souber aproveitar todo o potencial desse recurso. E quando falamos em gestão de pessoas, Big Data e inteligência analítica, a análise dos dados implica em ganhos diretos: aumento da produtividade, decisões mais acertadas e a garantia de um ambiente profissional saudável e equilibrado. Essa técnica é conhecida como People Analytics, e vem ganhando cada vez mais espaço no mundo dos Recursos Humanos, principalmente em empresas que priorizam a felicidade no trabalho.
Foi pensando na importância desse tema que a Pluxee preparou um conteúdo especial, que explica de maneira objetiva o que é o People Analytics, quais são seus benefícios, seus desafios e também como implementar o uso da big data no RH em empresas de todos os portes e setores.
Para isso, contamos com análises e opiniões de diversos especialistas no setor, e também com a consultoria exclusiva de Regina Cantele, coordenadora acadêmica do MBA em Engenharia de Dados do Centro Universitário FIAP, que traz ainda mais informações sobre como o People Analytics pode ser importante em uma atuação estratégica do RH. Continue lendo e confira!
People Analytics: o que é e quais os benefícios
Quando uma empresa quer abrir uma loja em um local promissor, ela analisa os dados da região. Se a ideia for criar uma campanha de vendas vencedora, os dados são a principal fonte de insights para entender o que funciona para os diferentes públicos. Então, por que não estudá-los quando se trata da gestão das pessoas que trabalham em uma empresa?
O People Analytics (“análise de pessoas”, em tradução livre) foi criado a partir da mesma lógica: decisões com base em movimentações reais, para criar um RH ainda mais inteligente, estratégico e efetivo.
Segundo a consultoria Gartner, esse tipo de análise de People Management (“gerenciamento de pessoas”) "permite que os líderes de RH tenham insights orientados por dados para aprimorar processos relacionados à força de trabalho e promover uma experiência positiva aos funcionários".
Segundo a especialista Regina Cantele, muitos dados são gerados continuamente, seja pelas redes sociais ou pelos dispositivos da internet das coisas (IoT) e, por isso, é fundamental que esse volume seja analisado no tempo que o negócio precisa.
As chamadas “análises preditivas” podem ser de enorme ajuda na parte de planejamento, como no cálculo do tempo necessário para preencher uma vaga, por exemplo. Já nas chamadas “análises prescritivas”, a análise das informações contribui diretamente na recomendação de cursos para o desenvolvimento do colaborador. Uma cultura movida por dados sobre gestão de pessoas busca melhorar a eficiência dos processos internos, promover novos serviços, e, principalmente, promover ações e decisões que reflitam positivamente nas áreas de negócios alinhadas à estratégia da organização.
Vamos a um exemplo prático: ao analisar o indicador relacionado às faltas dos colaboradores, o setor descobre que uma pessoa, em especial, tem se ausentado diversas vezes seguidas. Com essa informação em mãos, tenta entender o que está passando e detecta que é por conta de um problema ligado à saúde mental. Sabendo disso, ela opta por oferecer apoio psicológico, e esse apoio faz com que o colaborador possa resolver seu problema e faltar menos no trabalho.
Esse tipo de movimentação contribui diretamente para que a experiência do funcionário seja melhor, e do outro lado, a empresa também ganha. "Pessoas satisfeitas, com a saúde em dia e felizes, são muito mais produtivas", comenta o especialista em People Analytics Galo Lopez Noriega, da Associação Brasileira dos Profissionais de RH.
Além de identificar tais questões, o RH ainda consegue analisar melhor os talentos, contribuindo para retê-los. O mesmo acontece com as contratações. Segundo executivos do mercado, as maiores dores do setor são justamente os altos índices de turnover e os processos de recrutamento: tomar decisões erradas representa custos muito altos para os negócios.
De acordo com ela, se o RH atuar de modo estratégico, esses gastos desnecessários tendem a desaparecer. "Quando o trabalho é orientado por dados, há uma queda de até 80% no volume de problemas enfrentados durante o processo seletivo", comenta a executiva.
Como implementar o People Analytics
Qualquer tipo de empresa pode e deve avaliar os dados – é uma prática totalmente possível em todos os setores e em empresas de todos os portes, e começar não precisa ser um processo desafiador.
Colete os dados
Claro, para fazer uma análise de dados, eles precisam ser coletados. Para isso, o RH pode usar ferramentas simples, como questionários online, ou plataformas mais especializadas, como o Índice de Felicidade e Engajamento da Pluxee, que não apenas conta com pesquisas pré-formatadas e também opções personalizáveis, mas também com dashboards e relatórios de fácil visualização.
Defina os objetivos para o uso de dados
O primeiro passo é definir quais são os objetivos do RH ao adotar o People Analytics. Ou seja, o que deseja avaliar, medir ou identificar.
Escolha um processo de análise de dados
Você precisa definir como irá coletar as informações alinhadas a esses objetivos. Softwares voltados ao gerenciamento de dados são uma grande ajuda! Esses sistemas têm capacidade para captar e analisar volumes grandes de insumos. Há diversas opções no mercado, com valores e possibilidades de contratação variados.
MS Power BI, Tableau e Data Studio são as principais recomendações de Cantele, no quesito softwares analíticos para visualização de dados e para a construção de modelos analíticos como SAS, Studio R e Python. Além disso, recursos de auto Machine Learning como Orange e RapidMiner também podem ser utilizados para análises preditivas e prescritivas.
Para quem não tem condições de investir em softwares, as ferramentas Studio R e Python tem versões open source para a construção de modelos analíticos com volumes menores de dados, e várias outras ferramentas de People Analytics também oferecem formas de pagamento flexíveis.
As planilhas do Excel também podem funcionar para a análise de dados. “Mas dentro dos seus limites de funções analíticas disponíveis e quantidade de dados analisados. Como o Excel tem uma comunidade vibrante, encontra-se facilmente na internet modos de utilizar recursos para elaboração das análises. Porém, exige-se cada vez mais recursos para democratização e governança dos dados, o que o uso de planilhas pode dificultar. Além disso, reunir e preparar os dados para análise geralmente exigem características mais técnicas do profissional como acessar algum banco de dados ou realizar operações de transformações”, afirma Cantele.
Envolva a equipe nas análises dos dados
Segundo Noriega, muitas pessoas ainda pensam que só engenheiros, por exemplo, devem saber lidar com números – mas não é bem assim. "É uma habilidade que profissionais de todas as áreas deveriam ter", comenta. Por isso, invista em treinamentos para o time de RH para que esse tipo de análise passe a fazer parte da rotina.
Segundo Cantele, os profissionais da área precisam não apenas ter conhecimento em análise de dados, mas também precisam ter um pensamento analítico – qual o problema a ser resolvido, que dados tenho disponíveis, que perguntas posso fazer para os dados –, ter discernimento se os resultados são aderentes ao cenário e ter determinação para aplicar a melhor tomada de decisão e ação a partir destes resultados.
Aproveite todo o potencial dos dados
Os dados coletados orientarão as decisões, tornando a área estratégica e certeira. Pense nos benefícios para funcionários, por exemplo. Ao analisar o perfil dos profissionais, como endereço, hábitos e aptidões, a empresa consegue seguir pelo caminho da flexibilização. Isso significa oferecer opções mais adequadas para os times, como um curso de inglês para quem não domina o idioma, um vale-creche para pais com filhos pequenos ou apoio psicológico em caso de necessidade.
Dessa forma, todos saem ganhando. "Traga os dados para você para que isso te fortaleça enquanto protagonista no dia a dia do negócio. Você tem tudo nas suas mãos, é muito bom, use", afirma Ana.
Concluindo
Sim, os dados são ouro para os negócios! E isso não poderia ser diferente quando falamos de RH. Implementar People Analytics é uma forma eficaz de garantir resultados melhores e fazer uma gestão de pessoas orientada. Assim, você consegue potencializar talentos, contribuir para o bem-estar e oferecer benefícios flexíveis, de acordo com as necessidades (e vontades) de cada funcionário.
Ou seja, uma combinação vencedora! Quer começar hoje a colocar tudo o que falamos em prática?