Por que tantos trabalhadores pedem demissão no final do ano?
28 Novembro 2025
Descubra por que os casos de demissão voluntária aumentam no fim do ano e o que as empresas podem fazer para reter talentos com melhores benefícios e uma cultura interna mais sólida.
Todos os anos, quando dezembro se aproxima, as empresas observam o mesmo padrão: aumentam os pedidos de demissão voluntária. Não é coincidência. O último trimestre funciona como um momento de balanço emocional, profissional e econômico. As pessoas avaliam se o trabalho que têm coincide com a vida que desejam levar no próximo ano.
Para líderes de equipe, compreender esses motivos é essencial para se antecipar. Uma demissão não acontece de um dia para o outro: ela se acumula em sinais, frustrações, silêncios e expectativas não atendidas. Se a organização não as detecta, o desligamento aparece como uma surpresa... embora quase sempre pudesse ser previsto.
Nesta matéria, percorremos as cinco razões mais comuns para pedir demissão no fim do ano e o que as empresas podem fazer para reduzir seu impacto. Você vai ver:
Por que aumentam as demissões no último trimestre? Uma tendência que se repete na América Latina
Embora cada país tenha seu próprio ritmo, há um padrão regional claro. Diversos estudos apontam três tendências que se intensificam entre outubro e dezembro:
- O desgaste emocional do ano chega ao ponto máximo. Segundo a Gallup, 59% dos trabalhadores na América Latina afirmam ter ficado muito estressados no dia anterior à entrevista para a pesquisa. A sobrecarga acumulada nos cargos de liderança intermediária (gerentes e supervisores) é especialmente crítica: são eles que sustentam equipes, agendas e urgências.
- As pessoas revisam seu “ano profissional”. Cresci? Fui valorizado? Meu salário acompanha minha realidade? Quero continuar aqui? O fim do ano funciona como um balanço mental obrigatório para qualquer trabalhador.
- As oportunidades se multiplicam. Muitas empresas liberam orçamentos para novas contratações justamente em novembro e dezembro. É a alta temporada do mercado de trabalho.
O resultado da soma desses três fatores é simples: uma tempestade perfeita onde intenção de mudança, cansaço e oportunidades se cruzam. E aí acontece o que todo líder teme: os pedidos de demissão começam a chegar.
As 5 razões mais comuns para pedir demissão no fim do ano
1. Falta de crescimento profissional
Se houvesse um ranking de causas de demissão voluntária, esta ocuparia o primeiro lugar ano após ano. Os dados do LinkedIn Talent Trends 2024 confirmam: a falta de oportunidades de desenvolvimento é a razão nº 1 para pedir demissão na região. Quando o colaborador sente que chegou ao teto, ficar deixa de ser uma opção.
Às vezes não é falta de oportunidades reais, mas de comunicação. Os caminhos de desenvolvimento existem, mas ninguém os explica. Ou existem, mas parecem reservados para poucos. Ou simplesmente não existem, e a organização espera que as pessoas “esperem mais um pouco”.
No fim do ano, esse “esperar” pesa o dobro. Quem não vê crescimento no horizonte, busca uma oportunidade fora da empresa.
Impacto empresarial: perder talentos por estagnação é perder investimento, formação e conhecimento. E o mais doloroso: a maioria desses perfis vai para a concorrência.
2. Desajuste entre salário, inflação e poder de compra
Em uma região marcada pela inflação, aumento de preços e custos familiares crescentes, a conversa salarial deixou de ser anual. É uma conversa permanente. E quando chega dezembro, essa conversa se torna urgente.
Um estudo da Mercer mostra que mais de 60% dos que buscam mudar de emprego o fazem por motivos de compensação ou perda de poder de compra.
As pessoas revisam o ano inteiro: supermercado, transporte, educação, festas, férias. Se sentem que o salário perdeu capacidade de compra, a demissão aparece como a única forma de “ajustar os números”.
Aqui os benefícios não são detalhe. Soluções como vale-alimentação, auxílio psicológico, seguro de vida e outros aliviam o bolso fazem diferença. Porque a competitividade já não se define apenas pelo salário, mas pela proposta de valor total.
3. Burnout e esgotamento emocional acumulado
Há demissões que não nascem de um mau clima nem de uma proposta econômica ruim, mas de algo mais profundo: o esgotamento.O burnout se acumula de forma imperceptível durante meses. Líderes intermediários e profissionais-chave sentem isso antes de todos. São eles que respondem mensagens fora do horário, absorvem projetos urgentes e sustentam equipes também cansadas.
Quando chega dezembro, muitos simplesmente não querem começar um novo ano assim. A demissão voluntária se torna a única saída para recuperar a saúde mental.E o mais difícil para as empresas é que a demissão por burnout geralmente chega sem aviso. Tudo parece “sob controle”... até deixar de estar.
4. Falta de alinhamento cultural ou desconexão com a liderança
A cultura organizacional é como um idioma: quando alguém deixa de entendê-lo, a sensação de pertencimento desaparece.
O fim do ano acentua essa percepção. As pessoas avaliam seu ano profissional como avaliam seu ano pessoal. Se houve desencontros com a liderança, falta de reconhecimento, mudanças sem explicação ou decisões que afastaram a empresa de seus valores, isso fica claro nesse período.
A falta de alinhamento cultural desgasta. Quem não se sente representado pela organização dificilmente quer começar um novo ano sob o mesmo guarda-chuva.
5. Ofertas externas mais atraentes
Há uma realidade que nenhum time de RH pode ignorar: as empresas que oferecem flexibilidade, trabalho remoto, planos de carreira claros e benefícios sólidos estão ganhando a batalha pelo talento na América Latina.
O Randstad Workmonitor 2024 revela que 36% dos trabalhadores latino-americanos mudariam de emprego se recebessem uma oferta com maior flexibilidade.
Dezembro é o mês em que mais ofertas circulam. E muitas oferecem justamente isso.Às vezes a pessoa não pede demissão porque “está mal”, mas porque encontra algo melhor: um trabalho mais flexível, um salário mais competitivo, uma liderança mais próxima, um cargo com projeção. O mercado de trabalho deixou de ser estático. Hoje, mudar faz parte da dinâmica profissional.
Nesses casos, a demissão não é uma crítica à empresa. É uma escolha por bem-estar.
Ações para reduzir os pedidos de demissão no fim do ano
O que as empresas podem fazer para reduzir as demissões no fim do ano?
Prevenir nunca foi tão importante. Embora a rotatividade faça parte da vida organizacional, é possível reduzi-la se as empresas agirem a tempo.
1. Falar sobre crescimento profissional de forma clara e honesta
Mostrar caminhos de desenvolvimento, dar feedback de qualidade e ser transparente sobre as oportunidades internas. As possibilidades de crescer na empresa não podem ser um mistério para o colaborador.
2. Revisar a proposta de valor total, não apenas o salário
Acredite: seus funcionários não querem apenas receber um salário. O pacote de benefícios é decisivo na escolha por uma nova vaga de trabalho. Confira alguns dos mais desejados:
- Benefícios flexíveis: um único cartão com diferentes funções, com possibilidade de transferência de saldo entre as carteiras.
- Vale-alimentação: uma grande ajuda nas compras de supermercado, que aliviam o impacto do custo de vida.
- Cartão vale-presente: ideal para reconhecimentos corporativos durante o ano, reforçando a motivação.
- Pacote de bem-estar: acesso a academia e apoio psicológico podem ser a chave para a retenção.
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3. Ouvir antes que o pedido de demissão aconteça
Pesquisas rápidas, reuniões individuais, conversas de fechamento de ano. Os sinais estão lá; o desafio é detectá-los a tempo.
4. Apoiar os gestores
Eles são o coração operacional da organização. Dar suporte, redistribuir cargas e reconhecer seu trabalho reduz demissões e melhora o clima. Se eles se esgotam, toda a equipe sente.
5. Construir cultura com coerência, não apenas com slogans
O que retém é a experiência diária: liderança presente, equipe colaborativa e empresa que reconhece.
Conclusão: antecipar, ouvir e agir
A demissão voluntária não acontece de repente. Ela cresce, se alimenta e finalmente se manifesta. Mas quase sempre deixa sinais: estagnação, cansaço, desmotivação, desconexão, comparação com o mercado.
Empresas que conseguem ler esses sinais não apenas retêm talentos: constroem relações de trabalho mais saudáveis, sólidas e coerentes.
Dezembro não precisa ser o mês das demissões. Pode ser, ao contrário, o mês em que as organizações olham para trás, reconhecem, ajustam, ouvem e preparam um ano seguinte mais sustentável.
Em um mercado de trabalho onde atrair é difícil e reter é estratégico, entender esses cinco motivos é uma vantagem competitiva por si só.
Na prática: ações recomendadas para evitar pedidos de demissão no final do ano
- Falar sobre crescimento profissional de forma clara e honesta
- Revisar a proposta de valor total, não apenas o salário
- Ouvir antes que a demissão aconteça
- Apoiar os líderes intermediários
- Construir uma cultura corporativa com coerência, não apenas com slogans
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